Disbiose intestinal: o que é, sintomas e como diagnosticar

Escrito por Gabriela Ghilardi e revisado por Barbara Vaz.

A Disbiose intestinal é caracterizada pelo desequilíbrio que ocorre entre a quantidade e/ou qualidade de bactérias benéficas e nocivas na microbiota intestinal. 

Essas alterações podem desencadear condições como intestino permeável, SIBO (supercrescimento bacteriano no intestino delgado), inflamação crônica de baixo grau, síndrome do intestino irritável, entre outras condições.

Além disso, pode ocorrer prejuízo na digestão e absorção de nutrientes resultando em deficiências nutricionais e maior produção de toxinas, pelas próprias bactérias.

A alimentação é um dos maiores moduladores da microbiota intestinal, portanto, uma dieta baixa em fibras, rica em açúcar, alimentos ultraprocessados e gordura saturada podem ser desencadeadores da Disbiose intestinal. 

Existem outros gatilhos que também podem provocar esse desequilíbrio, como uso exacerbado de medicamentos, hipocloridria (baixa acidez no estômago), estresse crônico e alterações na motilidade intestinal.

Sintomas e como diagnosticar a Disbiose Intestinal

Os sintomas da Disbiose intestinal podem ser leves e até mesmo passarem despercebidos.

 A manifestação sintomática vai depender do grau de desequilíbrio, podendo incluir sintomas como: constipação, distensão abdominal, sensação de empachamento, diarreia, náusea, refluxo, dor de cabeça, aumento na produção de gases, deficiência de nutrientes e alteração de humor.

Vale ressaltar que o diagnóstico e tratamento da disbiose intestinal são imprescindíveis para o indivíduo, pois essa condição e alteração na microbiota a longo prazo podem refletir disfunções nutricionais, imunológicas, metabólicas, neurológicas e estruturais.

O diagnóstico da Disbiose deve ser feito pelo médico através da análise dos sintomas, histórico de saúde e também por meio de exames específicos como:

- Coprológico: análise de amostra fecal, capaz de detectar a presença de microorganismos patogênicos, tais como fungos, parasitas, bactérias que contribuem para várias doenças.

- Teste de hidrogênio expirado: é realizado para identificar a presença de gases produzidos pelo intestino.  Pode ser realizado com lactose ou glicose e se após a ingestão dessa solução, for identificada uma elevação excessiva de hidrogênio, mostra um maior crescimento de microorganismos no intestino.

- Mapeamento do microbioma intestinal: exame de sequenciamento genético que analisa o perfil das bactérias presentes na microbiota intestinal.

- Indican: esse exame é feito a partir da coleta de urina da manhã. O indican é resultado da decomposição do triptofano intestinal, estando normalmente presente em traços na urina. Mas quando há desequilíbrio da microbiota intestinal, a eliminação de Indican na urina é muita alta.

Para o tratamento da Disbiose intestinal, mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida são base do tratamento, podendo ou não ser necessário o uso de medicamentos. Por isso, é importante que as orientações do seu médico e nutricionista sejam seguidas de forma correta, para evitar complicações e piora dos sintomas.

Mudanças importantes para o tratamento da Disbiose intestinal:

1-  Mudanças nos hábitos alimentares

Uma alimentação equilibrada e adequada será fundamental para a recuperação da microbiota intestinal. Dessa forma, é recomendado:

- Ter uma dieta rica em fibras: a base da sua alimentação deve ser frutas, verduras e legumes e quanto mais variada, melhor, pois assim aumentamos a diversidade das bactérias benéficas do intestino;

- Priorizar gorduras mono e poli-insaturadas: como azeite de oliva, oleaginosas, abacate que terão um impacto positivo na microbiota intestinal;

- Evitar alimentos ultraprocessados, frituras e açúcar em excesso;

- Incluir alimentos probióticos: como a kombucha e kefir são interessantes para promover o equilíbrio da microbiota intestinal, melhorando a Disbiose.

 2-  Controle do estresse

Uma vida com muito estresse emocional prejudica a microbiota intestinal e contribui para a inflamação do organismo. Por isso, aprender a gerenciar nossas emoções e aprender a lidar com situações que geram estresse e ansiedade fazem parte do tratamento.

A prática de exercícios físicos regulares e técnicas de meditação são umas das formas de aliviar os sintomas, controlar o estresse e aumentar a sensação de prazer e bem-estar.

Em resumo, mudanças nos hábitos alimentares e estilo de vida são fundamentais para o tratamento e melhora dos sintomas. Procure um profissional para te auxiliar.

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REFERÊNCIAS:

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